A velha mania de amar

Amor, amor, amor...
Que tal falar de um amor sentido que não venha das teorias e sim, do dia a dia, do eu e você, do nós... De um amor que não tenha roteiro, rima e etc e tal!
Vamos falar de um amor jamais escrito, um amor que foi tatuado nas páginas do coração...
Eu escolho aqui aquele amor que não vem dos poemas “dizidos”... Quem sabe até esquecido...
Vamos falar de um amor que venha das ternas lacunas da indagação, do sentimento mais profundo de solidão ou da mais pura sintonia com a alegria.
De um amor que não tem cheiro, endereço, respeita ou não. De um amor bandido, querido de todos nós...
Um amor sem rédeas que machuca, tritura faz da carência sua pintura em tela de outros tais...
Dele que nos faz poéticos e patéticos, afinal amar nunca é banal!
Um sábio poeta criou o amor. Não sabia ele que este viraria a maior arma do mundo. A mais poderosa das armas de destruição ou reconstrução em massa... A mais poderosa!
Não sabia Ele, que esta seria necessária ou desprezada quando convém ser. Mas sábio foi Ele que permitiu que optássemos por ele: o amor!
O amor não se define, muda em cada ser. Sua intensidade, seus estímulos, seus desejos ínfimos...
O amor não obedece  regras, ele as cria. Domina as táticas do impossível. É arteiro nas possíveis!
É capaz de transformar e destransformar pessoas, caráter, gerações...
Por ele, muitos vendem a alma, já outros tentam comprar-lo, mas interessantemente é que ele não tem preço! Mesmo que tivesse, muitos nem saberiam o que poderia vir a pagar por ele, nem mesmo se teriam condições para pagar.
O Amor é bem resolvido, sabe o que pode fazer. Sabe como levantar um homem do pó e levá-lo também. Nele muitos encontram refúgio, morada e outros já encontram dúvidas, dor.
Sem ele é notório o desprezo da existência. Com ele, chegamos a ser desprezíveis. Mas não vivemos sem ele.
O certo em tudo é ele, nós é que não sabemos como lidar com ele!
Somos enganados pelo falso, titubeados ao erro quando achamos ser ele. Desprezamos o sincero e ficamos com o galanteador realizador de desejos, que não é ele!
Feridas expostas a um falso sentimento que nada tem do amor, a não ser a posse que marca nossos dias com seu choro inexprimível.
A verdade sobre ele é que ele deseja você, mais você não sabe como lidar com ele!
A verdade dele é uma só: transformar jardins em poesias, desacorrentar almas sofridas, trazer paz ao caos...

E por que ele nos faz sofrer?

Não sofremos e a verdade é essa.
Criamos gigantes e nele intitulamos AMOR, declaramos a todo mundo que ele é o algoz da nossa história, sem ser. Pedimos aos céus e terra que nos expliquem, afinal merecemos uma resposta.
O Amor não brinca de amor, amar não é possuir, amar nunca será prender e sempre será libertar. O Amor não traz dor, ele cura, não faz chorar, traz alegria...

E o que sentimos então?

Talvez posse, talvez conforto, talvez desejos saciados, talvez o instinto de poder, o achismo de ser capaz de ter...

O que explicaria isso?

Amores mal resolvidos talvez? Descumprimentos das palavras após o sexo? Casamentos frustrados? Relacionamentos sem fundamento?
É mais fácil se acostumar que amar. Quando estamos acostumados com alguém, respeitamos até onde dá e depois que não dar, sempre pulamos fora como se fossemos marujos de barco a vela, que vão onde o vento soprar. Se está bem pra mim, eu fico! Se não eu pulo fora.

Qual sentimento é esse?

Paixão, talvez... Mas não amor!
Amor junta não espalha, luta e não desiste, perdoa e não magoa. Amor não nos deixa cegos, obcecados, o orgulho da perda e da posse sim!
As relações baseadas em satisfação pessoal, estão vazias de amor e cheias de interesse. Enquanto estou satisfeito bem... E às vezes tem sempre alguém que se apega e começa a acreditar que é amado ou amada, e daí acredita-se insaciavelmente ser o toque do amor! Mas estamos falando de dois e não de um.
Existem pessoas que estão tão carentes emocionalmente que urubu vira meu louro, que oportunistas viram príncipes encantados, e nesses casos costumeiramente, abre se a guarda inocentemente e o caos se instaura.

E o que proporciona isso?

O desconhecimento do valor próprio e do amor. Eu percebo que um está ligado ao outro como cordão umbilical.
O amor tem desejo de cuidar, zelar, aproximar, inspira mudança, sempre beneficia os dois e não um só. O casal que se ama, além do respeito mútuo, está sempre decidido a estarem juntos, pronto para o que der e vier. O que não se ama, só escolhe a parte e tempo bom da relação.

Porque falo isso?

Gerações estão se levantando desprezando o sentimento mais importante do mundo: o amor sincero puro e verdadeiro aos pais, a família, a Deus, a vida, a pátria... Tudo isto esta sendo extorquido por achismos infantis, onde causa e efeito podem gerar seres cada vez mais problemáticos socialmente, psicologicamente afetados e inaptos a qualquer sentimento.
Não estamos brincando em um playground, estamos brincando com sentimentos alheios e até agora quem sempre procurou se dá bem, saiu vitorioso. Isso é lamentável!
Mulheres já não tem mais pudor em si, meninas encantadas por corpos bonitos recheados de entorpecentes, homens obcecados por sentimentos doentios, meninos valorizando mais o sexo do que as pessoas que a dão, meninas se entregado a magreza para serem amadas, garotos se entupindo de anabolizantes para se tornarem mais interessantes...
Precisamos erguer nossos escudos, subir as muralhas do nosso forte, precisamos proteger nosso coração das banalidades do mundo moderno, onde o natural e o perverso não se distinguem, onde homens e mulheres vivem que nem “vampiros” trocando o dia pela noite em busca de prazer. E realmente estão derramando sangue!
Amor é uma fonte que jorra. É um jardim cheio de flores bonitas e cheirosas, que sempre atrai pássaros, borboletas, pessoas...
O amor é mais do que estão dizendo que ele é. É mais até do que possamos compreender. Mas se você não compreender que pode ser habitação dele, vai continuar a cantarolar no vento das emoções rumo a lugar nenhum, sofrendo que só você e ainda abrindo a boca pra dizer: é o amor... (Arrebenta Zezé...)
Desculpe, mais se você não despertou, sinto em dizer mais você está sendo apenas um utensílio barato de prazer dos outros, um troféu de vanglória, um ninho de frustações, um jardim de pedras e o perfeito candidato a templo da solidão!
Deixe o amor te libertar e saia do cárcere dos sentimentos baratos.

2 comentários:

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  2. Fantástico seu texto!... O amor realmente,o maior dos sentimentos, é ainda inexplicável. Muitos se confundem e se perdem na sua fortaleza. Tenho uma crônicas por lá...Dá uma lida. Rs... Bjs.

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